segunda-feira, 22 de novembro de 2010

Semana da Consciência Negra-2010

Hoje é segunda-feira.Ontem foi domingo e antes de ontem sábado,20 de novembro de 2011.Essa data lembra você de alguma coisa?
A mim lembra.Sábado foi o dia da Consciência Negra ,data em que o país recorda a morte de Zumbi dos Palmares e comemora ( ou pelo menos deveria comemorar) os feitos da etnia negra e suas conquistas perante a sociedade.Muito embora eu não seja negra,o dia 20 de novembro é habitualmente um dia de festa para mim.Na verdade,é uma das únicas datas comemorativas do ano da qual eu faço questão de lembrar ,de comemorar,de festejar mesmo.Das outras eu simplesmente me esqueço ou não me lembro.Não fazem muita diferença.Essa faz,é importante,é uma data bonita e carregada de significado e
verdade .Verdades históricas,verdades de luta,verdades negras.Verdades verdadeiras! Essa data não é meramente uma data criada para comemorar ilusões e mentiras históricas,é uma data carregada de fé e sintetiza toda a história da luta de um povo.Pena que é um dia só do ano,pelo tamanho da sua importância,deveria ser não apenas o dia 20,mas sim o mês de novembro inteiro.
Durante a semana da Consciência Negra tenho o hábito de soltar postagens sobre o tema aqui no blog na esperança de concientizar para a data e festejar as africanidades tão presentes em mim e no meu povo.Esse ano não pude realizar minha vontade pois estava em outra cidade realizando a prova do vestibular da Unicamp e durante a semana minha atenção foi consumida no acerto dos detalhes finais da viagem e da prova.Eu até que pensei em escrever alguma coisinha mas pensei que se fosse para produzir qualquer coisa na pressa era melhor mesmo dar um tempo e depois,com calma ,ver o que poderia ser feito.Pois bem,decidi que este ano vou fazer diferente.Na realidade eu cansei de escrever coisas aqui e atingir um público pequeno,isso quando eu consigo atingir algum público.Pensando no caso,imaginei que por ser da religião afro-brasileira e por ter tido a chance de estudar eu poderia criar algo mais substancial e mais científico e que fosse capaz de atingir mais pessoas do que meus especiais do blog.Andei matutando sobre um assunto do qual tomei conhecimento no cursinho,durante a aula de geografia da Sibele.Não quero apresentá-lo logo de cara que é para não perder a graça da surpresa quando eu der cabo do meu projeto,mas posso dizer que tem a ver com o tráfico negreiro,com as etnias trazidas da África ao Brasil,com a formação da população brasileira e com a consciência acerca de si mesma dessa população.Eu sei,eu estou ciente de que o ano que vem se eu estiver na faculdade não será num curso de ciências humanas.Obviamente eu tenho essa consciência.Mas ,eu realmente não acho que isso seja um empecilho para produção de uma tese livre sobre humanidades.É uma área na qual tenho interesse ,tenho habilidades e confesso,muito gosto e muita vontade para lidar .
Resolvi escrever um relato-dissertativo.Poderia ser uma simples dissertação que eu resolveria em meia horinha ,não fosse o fato de eu estar anseando por algo maior e mais significante.O formato deverá ficar parecido com um documentário escrito.Vou precisar de muita fonte boa de dados e de muita pesquisa e estou empolgada para fazer,mesmo não tendo instruções sobre como realizar academicamente um trabalho deste gênero.Sei fazê-lo empiricamente,isso me basta.Pelo menos todos saberão ,a partir desta postagem que a idéia nasceu do meu coração,da minha vontade e não foi simplesmente fruto de uma obrigação de faculdade.Não,farei porque quero e sinto falta de documentação acerca do assunto.Resumindo,espero que eu possa publicá-lo aqui ou em algum outro veículo de mídia já no ano que vem,quem sabe na semana da Consciência Negra.Andei até imaginando que ,se tudo der certo,eu poderei fazer desse documentário um livro,no futuro.Quem sabe?
É o meu projeto e pretendo começar em breve,muito breve.Acho importante registrar aqui essa intenção pois se algum interessado em participar ler o meu registro terá a chance de me contatar.Informações e dados também são bem vindos,caso alguém se disponha em colaborar.
É importante tomar atitudes e partir para a ação.Penso que ,se não existem muitos documentos históricos sobre o negro no Brasil então é dever nosso ir atrás disso,botar para fazer mesmo e reconstruir a história da formação da nossa sociedade e da nossa cultura.Toda essa miscigenação nos torna forte;porém,ignoramos toda essa força muitas vezes e nos deixamos inferiorizar e até certo ponto ,colonizar,por outras culturas que não a nossa.É hora de dar basta.Chega de padecer nessa ignorância.O negócio é tocar o barco e procurar as pecinhas que foram escondidas para fechar nosso quebra-cabeça.

Esse ano não tem especial =/
por enquanto,vou celebrar modestamente...mas vou celebrar XD :

Viva Zumbi do Palmares,viva o negro,viva a consciência negra e viva a miscigenação.
Viva o povo Brasileiro!

Citando Arnaldo


NINGUÉM MAIS NAMORA AS DEUSAS

MULHERES
Outro dia, a Adriane Galisteu deu uma entrevista dizendo que os homens não querem namorar as mulheres que são símbolos sexuais. É isto mesmo.
Quem ousa namorar a Feiticeira ou a Tiazinha?
As mulheres não são mais para amar; nem para casar. São para "ver".
Que nos prometem elas, com suas formas perfeitas por anabolizantes e silicones?
Prometem-nos um prazer impossível, um orgasmo metafísico, para o qual os homens não estão preparados...
As mulheres dançam frenéticas na TV, com bundas cada vez mais malhadas, com seios imensos, girando em cima de garrafas, enquanto os pênis-espectadores se sentem apavorados e murchos diante de tanta gostosura.
Os machos estão com medo das "mulheres-liquidificador".
O modelo da mulher de hoje, que nossas filhas ou irmãs almejam ser (meu Deus!), é a prostituta transcendental, a mulher-robô, a "Valentina", a "Barbarela", a máquina-de-prazer sem alma, turbinas de amor com um hiperatômico tesão.
Que parceiros estão sendo criados para estas pós-mulheres? Não os há.
Os "malhados", os "turbinados" geralmente são bofes-gay, filhos do mesmo narcisismo de mercado que as criou.
Ou, então, reprodutores como o Zafir, para o Robô-Xuxa.
A atual "revolução da vulgaridade", regada a pagode, parece "libertar" as mulheres.
Ilusão à toa.
A "libertação da mulher" numa sociedade escravista como a nossa deu nisso: Superobjetos. Se achando livres, mas aprisionadas numa exterioridade corporal que apenas esconde pobres meninas famintas de amor, carinho e dinheiro.
São escravas aparentemente alforriadas numa grande senzala sem grades.
Mas, diante delas, o homem normal tem medo.
Elas são "areia demais para qualquer caminhãozinho".
Por outro lado, o sistema que as criou enfraquece os homens.
Eles vivem nervosos e fragilizados com seus pintinhos trêmulos, decadentes, a meia-bomba, ejaculando precocemente, puxando sacos, lambendo botas, engolindo sapos, sem o antigo charme "jamesbondiano" dos anos 60.
Não há mais o grande "conquistador".
Temos apenas os "fazendeiros de bundas" como o Huck, enquanto a maioria virou uma multidão de voyeur, babando por deusas impossíveis.
Ah, que saudades dos tempos das bundinhas e peitinhos "normais" e "disponíveis"...
Pois bem, com certeza a televisão tem criado "sonhos de consumo" descritos tão bem pela língua ferrenha do Jabor (eu).
Mas ainda existem mulheres de verdade.
Mulheres que sabem se valorizar e valorizar o que tem "dentro de casa", o seu trabalho.
E, acima de tudo, mulheres com quem se possa discutir um gosto pela música, pela cultura, pela família, sem medo de parecer um "chato" ou um "cara metido a intelectual".
Mulheres que sabem valorizar uma simples atitude, rara nos homens de hoje, como abrir a porta do carro para elas.
Mulheres que adoram receber cartas, bilhetinhos (ou e-mails) românticos!!
Escutar no som do carro, aquela fitinha velha dos Beegees ou um cd do Kenny G (parece meio breguinha)...mas é tão boooom namorar escutando estas musiquinhas tranquilas!!!
Penso que hoje, num encontro de um "Turbinado" com uma "Saradona" o papo deve ser do tipo:
-"meu"... o meu professor falou que posso disputar o Iron Man que vou ganhar fácil!."
-"Ah "meu"..o meu personal Trainner disse que estou com os glúteos bem em forma e que nunca vou precisar de plástica". E a música???
Só se for o "último sucesso (????)" dos Travessos ou "Chama-chuva..." e o "Vai serginho"???...
Mulheres do meu Brasil Varonil!!! Não deixem que criem estereótipos!!
Não comprem o cinto de modelar da Feiticeira. A mulher brasileira é linda por natureza!!
Curta seu corpo de acordo com sua idade, silicone é coisa de americana que não possui a felicidade de ter um corpo esculpido por Deus e bonito por natureza. E se os seus namorados e maridos pedirem para vocês "malharem" e ficarem iguais à Feiticeira, fiquem... igual a feiticeira dos seriados de Tv:
Façam-os sumirem da sua vida!

Arnaldo Jabor


domingo, 31 de outubro de 2010

O Papa é Pop : mais uma do Seu Bento


Extra,extra,extra! Bento XVI força a barra mais uma vez!



Ai não hein!¬¬'
Juro! Pela primeira vez na minha pobre e herege vida de pecados moderna eu pude me sentir como se vivesse na Era Medieval.Só o que faltou mesmo foi estar usando um espartilho e estar sem banho a dois meses.De resto,não faltou nada.


Meu espanto deve-se às declarações dadas pelo Papa na sua mais recente visita ao Brasil.Dentre todas as besteiras papais com as quais já estamos acostumados,a que mais me chamou a atenção desta vez foi a declaração veiculada num texto produzido pelo pontífice,no dia 28 de outubro,mais especificamente.Segundo o papa ," o clero tem o dever de emitir um julgamento moral,inclusive na política,quando assim exigem os direitos fundamentais da pessoa ou a salvação da alma."

Após ler a declaração estapafúrdia,eu fico apenas me perguntando onde será que ele arranja tanta bobagem pra falar.Será que isso vem dele somente ou ele diz essas coisas ultra-ultrapassadas apenas para fazer a vontade da igreja e seguir o protocolo católico.

Lula-lá declarou em nota à imprensa que achou normal as declarações do Seu Bento,especialmente por que elas se referem à legalização do aborto e que ele vai repetir a mesma ladainha ,com o perdão do trocadilho,toda vez que for consultado sobre.
Eu até concordo com a declaração do Lula (e depois dizem que ele é burro hein,ora pois),mas continuo achando tudo isso um grande embuste do Bentão.
Dizer que a igreja tem o dever de meter o bedelho em assuntos políticos é uma tentativa sórdida de reafirmação de poder.Poder este já há muito enfraquecido,visto que hoje a religião católica passou a serapenas mais uma entre tantas outras.Este senhor fala isso como se apenas existisse o catolicismo no mundo todo e desse modo revela o quão retrógrada e velhaca está a sua doutrina.Devo dizer que tal declaração desrespeita de forma sutil tanto as outras crenças quanto as pessoas que delas fazem parte,além de desrespeitar a laicidade do Estado.
O Estado Brasileiro é laico sim,Seu Bento.E tem o dever,a obrigação e o prazer de continuar sendo.Se assim não fosse,seríamos sumariamente proíbidos todos nós de professar e seguir nossas respectivas religiões.E isso inclui os evangélicos,os espíritas,os batistas,os adventistas,os umbandistas,os budistas e todos os istas que você puder lembrar.Todos,absolutamente todos estaríamos queimando na fogueira uma hora dessas.Muito sangue já foi derramado por esse direito de ter um estado laico,portanto não dá pra deixar um tiozão desses sair por aí falando sandices e ficar imune à crítica só porque ele é o chefe do Vaticano.Eu o respeitaria mais se ele fosse um sacerdote legítmo,como alguns foram e são,mas honestamente este Papa deixa muito a desejar.Sacerdote é aquele que prega o respeito ,a compreensão entre os povos,a religião sim ,mas antes de tudo a tolerância.
Ele também se referiu à salvação da alma e é isto ai que tem a ver com o aborto.Mera questão de opinião.Particularmente,sou contra o aborto mas a favor da sua legalização em determinados casos,por uma questão de direito de exercer o livre arbítrio das pessoas.A Igreja é contra a legalização e a execução do aborto em todos os casos .Então salvar a alma no contexto que ele fala é apenas uma opinião religiosa da Igreja Católica.Como é que ele sabe que a alma dele próprio está salva? E quem é ele para dizer que a alma de alguém está perdida?O que você me diz disso? Quer dizer então que se eu votar na candidata do PT ,que é a favor da legalização do aborto,eu vou queimar no mármore do inferno para todo sempre? Eita votinho difícil hein.É quase como colocar na mão do povo a escolha entre o céu ou o inferno.Vote 45 e vá para o céu.Vote 13 e vá para o inferno.VOTE EM QUEM EU MANDO,E GANHE O REINO DE DEUS.
E a ideologia política morreu de morte matada mesmo.Suicidaram com ela e agora estão chantageando os fiéis. Tá de "pombagirisse" com a gente????Fanfarrão!
Mas o Papão não me decepcionou não.Apenas me supreendeu novamente.Realmente ,não dá para esperar nada de muito inteligente e/ou moderno saindo dele,primeiro por que ele está submetido à vontade da Igreja da qual ele é hoje o chefe,segundo por que não espero mesmo nada altruísta dele de fato , como pessoa.Me perdoem os católicos,mas eu não vou com a cara dele como já deu para perceber.Nem preciso ,eu não sou católica; logo,não tem como eu cometer heresia.Alguns podem achar um desrespeito da minha parte o modo como me refiro a ele mas ,em primeiro lugar o blog é meu e a opinião é livre,em segundo lugar quem não quer ver estrela não olha para o céu.
É um absurdo sem tamanho imaginar que as Igrejas estão se tornando cabo eleitoral de candidato .É até dorido,porque eu vejo pouca participação da Igreja católica na vida do pobre no Brasil.Em época de campanha é muito fácil soltar uma pérola dessas,mas na hora do pega-pra-capar são poucos os padres que militam ativamente em favor dos menos favorecidos.O Ratzinger então nem se fala,senta o traseiro gordo e perfumado lá na cadeira de ouro dele e nem lembra que o Brasil existe,enquanto isso a gente aqui se lasca em virtude da influência de declarações irresponsáveis baseadas unicamente em um PONTO da opinião de uma vertente religiosa.
De qualquer maneira ,o estado é (e vai continuar) laico e mesmo assim vamos mal,Bentão.Mas obrigada por piorar.

#Legalmesmo
Troféu joinha para o senhor.

ఆఆఆఆఆఆఆఆఆఆఆఆఆఆఆఆఆఆఆఆఆఆఆఆఆఆఆఆఆఆఆఆఆఆఆఆఆఆఆఆఅaaఆఆఆఆఆ





Texto: Camila Gabacci
Acompanhe aqui mais mais besteiras filosóficas do Papa: http://noticias.uol.com.br/ultnot/especial/papanobrasil/
Gente que pensa como eu
http://noticias.terra.com.br/eleicoes/2010/noticias/0,,OI4762715-EI15311,00-Leonardo+Boff+e+Frei+Betto+criticam+papa+por+intervir+em+eleicao.html
http://www.agenciaaids.com.br/site/noticia.asp?id=14864

Fonte:
http://www.estadao.com.br/estadaodehoje/20101030/not_imp632065,0.php
http://www.pco.org.br/conoticias/ler_materia.php?mat=24233

terça-feira, 26 de outubro de 2010

Um mundo sem personalidade

Quantas vezes você ouviu a célebre frase: Fulano,você tem que ...melhorar alguma coisa ou ser de um jeito assim ou assado.
Quantas vezes você foi bombardeado pelo velho "você tem que" ,já parou para pensar?
Pois é,eu já!
Pensando nessas situações ,eu pergunto para essas pessoas que insistem na teoria de que o outro "tem que", por quê ó raios é que eu "tenho que" fazer isso,ser de um jeito " melhor" ou ser diferente do que eu sou .

Supostamente,a resposta imediata que eu receberia é que eu "tenho que" melhorar em algum aspecto para minha vida ser mais doce e que isto é apenas uma crítica construtiva.Mas eu insisto que não,não é.Tenho um amigo que diz que não existem críticas construtivas e sou obrigada a concordar que ele tem razão neste aspecto.Tenho uma visão muito ácida e muito crítica com relação a este tipo de imposição social.Não acho mesmo que ninguém " tem que " nada .Somos como somos,cada um de nós tem uma personalidade e insistir nesse argumento é, senão um artifício para afetar o outro em suas fraquezas,uma tentativa mórbida de despersonalizar as pessoas.

Obviamente todos temos defeitos que precisam de reparo.É importante sermos conduzidos rumo a melhora através da visão do outro ,concordo plenamente.Sozinhos não conseguimos na maior parte das vezes enxergar onde erramos; porém, creio que exista uma forma menos limitante de dizer as coisas.Bem a tempo,que fique claro: estou criticando e enfrentando as formas de subordinação do outro usadas por 90% das pessoas que eu conheço,personificadas numa expressão que me é odiosa,o velho conhecido "você tem que".Discordando num ponto do meu amigo,acredito que crítica construtiva existe sim,o problema é que não sabemos como ela é,nem como funciona e tomamos por construtivo algo que é definitivamente cerceante.
Quando alguém me diz que eu "tem que " isto,aquilo ,aquilo outro desconfio logo de cara,e quando posso, repondo a altura.Possivelmente esta pessoa sente-se ameaçada de alguma forma por algo presente na minha personalidade.Eu digo isto porque muitos ainda creem no mito da competição e da dominação moral de um ser sobre o outro .

Deplorável.Muitos usam o "você tem que" para inferiorizar o outro,para moldá-lo da forma que melhor lhes agrada. Minha gente,tá na hora de mudarmos essa visão medieval das coisas.Por que não modernizamos nossa concepção da personalidade? Possivelmente,por que aderimos à moda e lá ficamos aderidos,limitados ,imobilizados.

Entretanto, é impossível levar ao pé da letra sempre,as vezes precisamos modificar algo mesmo,mas duvido ,e eu duvido com toda a força que criticar alguém assim seja uma coisa bem intencionada em 10% das vezes .Duvido!

Honestamente,já acho que rotular uma pessoa é um crime.Todos sabem disso,eu sou perita em reclamar desse defeito humano.Agora,rotular e ainda dizer que ela "tem que" é um duplo homicídio.No sentido figurado,uma tentativa de assassinar aquilo que o outro tem de mais seu,de mais pessoal.Se cada ser humano é único,por que precisamos seguir um padrão rígido de comportamento? Essa é a primeira pergunta que eu venho fazer ao mundo.A minha segunda pergunta esta relacionada a primeira, algo que não consigo compreender : Por quê em plena era da globalização eu e muitos outros mais críticos do que eu temos a nítida impressão que as pessoas se aceitam cada vez menos ?

Por quê?

Já vi gente ultra hipócrita dizer que tem a cabeça aberta e na primeira oportunidade de ter com alguém diferente, agir com preconceito.Preconceito velado,travestido,onde não se declara que não aceita tal coisa abertamente,o que é uma coragem,mas sim um preconceito que exclui socialmente o que não segue o padrão.Seguido do ultrajante "você tem que".
Acho mesmo é que,se não tomarmos cuidado,daqui a algumas décadas seremos um planeta sem personalidade.

Com todo respeito mas, ninguém tem que nada.Isto é só mais uma filosofia barata que algum "animal" de orgulho ferido tentou implantar na sua mente.

Contrapondo,e isto é muito importante,acho que se temos que fazer alguma coisa,então ela é mais altruísta do que simplesmente unificar personalidade e comportamento .Temos sim que,e urgentemente ,mudar e melhorar muito ainda.Temos que aprender a respeitar a personalidade do outro e quando preciso emitir criticas verdadeiramente positivas.Temos que cuidar das nossas próprias vidas e temos que aprender a não interferir destrutivamente na vida dos outros.

Eu vou mudar para melhor sempre,mas eu vou mudar a medida e quando eu achar que devo.Eu posso e vou me corrigir um milhão de vezes se isto me fizer bem,mas eu vou me corrigir quando eu sentir necessidade,ou quando alguém me der uma dica dos meus erros sem maldade.
Mude você também,mas mude por você e não por que alguém lhe impôs isto ,afetivamente ou moralmente .Mude por você ,nunca por ninguém.

sábado, 23 de outubro de 2010

PARTE DE MIM



IRROMPI MEU PRÓPRIO SILÊNCIO,NUMA MISTURA CAÓTICA DE SUBVERSÃO E CALMARIA.
UM IMPULSO,UM TIRO,UM ROMPANTE.UM TURBILHÃO DE PERGUNTAS EU VIM FAZER AO MUNDO E A MIM MESMA.

E COM ESTE ÍMPETO ,INERENTE A MINHA NATUREZA , PRETENDO GRITAR ,URRAR E ME DEBATER SE FOR PRECISO SEMPRE QUE VISLUMBRAR A SOMBRA DA INJUSTIÇA ,DA VIOLÊNCIA GRATUITA,DO AUTORITARISMO DESCABIDO E DA IGNORÂNCIA QUE IMPERA ENTRE OS MEUS.

NASCERIA QUANTAS VEZES FOSSE NECESSÁRIO SE ISSO CONTRIBUÍSSE DE ALGUMA FORMA PARA DEPURAR ESTE INSTINTO BRUTO QUE NÓS SERES HUMANOS AUTOINTITULADOS RACIONAIS POSSUÍMOS.VOU ME REINVENTAR QUANTAS VEZES NECESSITAR.JÁ TENHO SIDO MESMO DESTRUÍDA TODOS OS DIAS: POR MEUS ERROS,POR PESSOAS E SUAS PALAVRAS,PELA MÍDIA ,PELO PRECONCEITO,PELA ROTULAGEM ,PELA MENTIRA,PELA FALSIDADE ,PELA GROSSERIA ALHEIA,PELA VIOLÊNCIA QUE ME ESPREITA,E APESAR DOS PESARES TODOS OS DIAS ME REFAÇO COM SUCESSO, CONFESSO QUE A CADA PANCADA MAIS FORTE E MAIS SEDENTA .

O MUNDO PARA MIM É UMA LOUCURA ,MAS TAMBÉM É MINHA CASA,A PARTIR DE SEMPRE.

ISTO POSTO,ORA TURBILHÃO,ORA FRIEZA ,VOU LUTAR COM TODAS AS FORÇAS PARA QUE ,NA OCASIÃO DE MINHA SAÍDA DESTE PLANETA MESQUINHO E CORROMPIDO,EU POSSA DIZER A MIM MESMA QUE DEIXEI NELE ALGO DE BOM ,ALGO DE MELHOR MESMO QUE MINIMAMENTE.

JUNTE DOSES INSIGNIFICANTES DE BOA VONTADE ,VA JUNTANDO POUCO A POUCO E LOGO VERÁ QUE TEM O SUFICIENTE PARA CONSTRUIR UMA NAÇÃO.
PERSISTIR E PREVALECER.
E VOCÊ PODE TER CERTEZA, ISTO EU PROMETO.


ME IRRITOU SUFICIENTEMENTE AS CENAS E SITUAÇÕES QUE PRESENCIEI DURANTE ESTA SEMANA.AS VEZES É TÃO GRAVE,QUE A GENTE PRECISA DESOVAR ,LIBERAR DE ALGUM JEITO.OPTEI POR EXTRAVASAR ESSA RAIVA E A SENSAÇÃO DE TER A ALMA VIOLENTADA ESCREVENDO ,PRODUZINDO ALGO QUE PODE UM DIA QUEM SABE SER ÚTIL E BENÉFICO PARA ALGUÉM.MELHOR DO QUE GERAR MAIS INJUSTIÇA DESCONTANDO EM OUTROS,COMO FAZEM AQUELES QUE EU CRITICO SECRETAMENTE AQUI.

A VERDADE É QUE A VIOLÊNCIA HUMANA ME CANSA,ME FERE PROFUNDAMENTE E ME DA NOJO,MAS NO FIM ME FORÇA A RACIOCINAR,ME CONDUZ A QUERER MUDAR O RUMO DA HISTÓRIA .DA MINHA E DE QUEM QUISER VIVER ENTRE PESSOAS MELHORES.EU IA DIZER "MUNDO" MELHOR,MAS O MUNDO ,O MUNDO FÍSICO, JA É ÓTIMO ,É PERFEITO E NOS FORNECE TUDO QUE PRECISAMOS,O QUE O ESTRAGA SÃO OS SERES PENSANTES QUEM EM CIMA DELE VIVEM.
POR FIM É ISTO.UM REGISTRO DE UMA CIDADÃ REVOLTADA QUE TEVE UMA SEMANA...DIGAMOS ASSIM...REVELADORA.

Em Terra de alienados,quem tem opinião é Rei

Contexto:

1970,Gilberto Gil é premiado com o Golfinho de Ouro pelo Museu da Imagem e do Som,pelo samba "Aquele Abraço".
Recusa o prêmio por meio de um artigo publicado no Pasquim.

Abaixo,um fragmento do texto veiculado ,que eu considero um belíssimo exemplo de posicionamento crítico com relação as políticas vigentes ,um manifesto de inteligência e racionalidade pessoais independente de concordar ou não com o conteúdo propriamente.Na realidade,eu concordo.
É preciso que o Brasileiro deixe de uma vez por todas de ser um mero receptor e aceitador de idéias impostas por regimes interessados em alienar nosso raciocínio e passe a caminhar com suas próprias pernas,pensar com suas próprias idéias e enxergar a realidade do país com seus próprios olhos ,com sua cultura.
Quando engolimos sem mastigar o quem vem pronto de fora,estamos na verdade vivenciando outras realidades que não a nossa,experimentando a vivência alheia ,negligenciando dessa forma nossas carências mais profundas e deixando de resolver as questões que nos afetam e nos afligem diretamente.

"
Pois, um golfinho de mares cariocas resolve tirar o meu sossego ajudado pela ingenuidade ou pela burrice de meia dúzia de pessoas que de repente resolvem achar importante o fato de eu aceitar ou não um prêmio que me deram. A velha mania brasileira de se meter nos problemas domésticos do vizinho. Mesmo se o cara mora na Inglaterra.

Para mim, a essa altura, aceitar ou não prêmios ao trabalho que fiz no Brasil já não tem a menor importância. Agora eu estou on the road. Sábado passado no Festival Hall, amanhã, depois e sempre em outros lugares - i'm wasted but i can't find my way home. Repito que recusar ou aceitar esse prêmio não tem a menor importância e eu resolvir recusar para ver se vocês estão a fim de entender alguma coisa.

Pois é. Porque não acredito como pensam meu pai & amigos do Brasil que o golfinho me tenha sido concedido por aqueles que reconhecem meu trabalho, que realmente gostam de mim e não pelos que me menosprezam e ignoram. Ingenuidade. Embora muita gente possa realmente respeitar o que fiz no Brasil (talvez até mesmo gente do Museu), acho muito difícil que esse museu venha premiar a quem, claramente, sempre esteve contra a paternalização cultural asfixiante, moralista, estúpida e recionária que ele faz com relação á música brasileira. Sempre estive contra toda forma de fascismo cultural de que o museu - à sura maneira - vem representando uma parcela do Brasil. Se, quando eu estava aí, eu nunca perdi tempo atacando diretamente organizações como o Museu da Imagem e do Som é porque o meu trabalho já fazia isso; minha música já assumia essa responsabilidade. E se eu continuasse aí não sei o que estaria fazendo, mas de qualquer forma tenho certeza que não estaria sendo premiadão. Claro que eu não acredito nesse prêmio. Pelo que me é dado saber o museu continua o mesmo e portanto eu continuo contra e recusar o prêmio é só pra deixar isso bem claro. Se ele pensa com Aquele Abraço eu estava querendo pedir perdão pelo que fizera antes, se enganou. E eu não tenho dúvida de que o museu realmente pensa que Aquele Abraço é samba de penitência pelos pecados cometidos contra "a sagrada música brasileira". Os pronunciamentos de alguns dos seus membros e as cartas que recebi demonstram isso claramente. O museu continua sendo o mesmo de janeiro, fevereiro e março: tutor do folclore de verão carioca. Eu não tenho porque não recusar o prêmio dado para um samba que eles supõem ter sido feito zelando pela "pureza" da música popular brasileira. Eu não tenho nada com essa pureza. Tenho três LPs gravados aí no Brasil que demonstram isso. E que fique claro para os que cortaram minha onda e minha barba que Aquele Abraço não significa que eu tenha me "regenerado", que eu tenha me tornado "bom crioulo puxador de samba" como eles querem que sejam todos os negros que realmente "sabem qual é o seu lugar". Eu não sei qual é o meu e não estou em lugar nenhum; não estou mais servindo a mesa dos senhores brancos e nem estou mais triste na senzala em que eles estão transformando o Brasil. Por isso talvez Deus tenha me tirado de lá e me colocado numa rua fria e vazia onde pelo menos eu possa cantar como o passarinho. As aves daqui não gorgeiam como as de lá, mas ainda gorgeiam."

Texto Introdutório: Camila Gabacci

Fonte:

Fragmento extraído do site:

http://www.gilbertogil.com.br/sec_bio.php?page=9&ordem=DESC

sexta-feira, 13 de agosto de 2010

Pão e Circo

Recentemente ( 2 anos e meio atrás) ,o Brasil parou para assistir ao trágico acontecimento envolvendo a familia Nardoni.Na época,supostamente,a filha mais velha de Alexandre Nardoni (Isabela Nardoni) ,teria sido estrangulada e atirada da janela do apartamento onde moravam o seu pai e a madrasta Ana Carolina Jatobá ,vindo a falecer instantes após a queda,conforme divulgado pela policia à imprensa.O caso tornou-se instantâneamente assunto central em todas as midias e deixou o pais em polvorosa,gerando muita polêmica.
O interesse e o horror da sociedade eram nìtidos e antes mesmo de ser devidamente avaliado pelos orgãos competentes e levado a julgamento oficial,o caso ja tinha seu veredito dado pela sociedade: Alexandre e Ana Carolina Jatobá eram os autores do crime ,o que representava o cúmulo da frieza e maldade,talvez considerado o pior crime cometido contra uma criança nos últimos tempos.
Ate aqui,nada de mais acharmos um absurdo o ocorrido-que de fato o é- não fosse a hipocrisia imensa presente em todo este espanto.Todos os dias,milhares de crianças sao mortas no Brasil- mortas de fome,de frio,de abandono,mortas de maus tratos-e fazemos vistas grossas na grande maioria das vezes.Por que?
Não dá audiencia.Não dá Ibope.

Apontamos crimes como o do casal como hediondos,surpresos como se por algum acaso vivessemos num mundo prefeito e equilibrado,completamente livre de atrocidades do gênero.Seria mesmo a sociedade Brasileira tão correta e apta para julgar o assassinato de Isabela?Com toda certeza não,pois fazemos com nossas crianças coisas piores todos os dias,sem nos incomodar no entanto e sem dar a atenção devida.
A negligência e a brutalidade com que tratamos a infância nos passa despercebida no cotidiano pois habitualmente não as cometemos contra nossos próprios filhos,pelo menos,não diretamente.
Tanto é verdade que aceitamos praticamente calados um dos maiores problemas educacionais da atualidade,que é o programa de educação adotado pelo governo para a rede pública de ensino,comprovadamente ineficaz e que satisfaz mais as politicas externas do que as nossas necessidades de educação propriamente.Sequer lutamos por nossos direitos,e ainda pioramos a situação estendendo essa inação à cobrança dos direitos dos nossos filhos.

O grande absurdo,o verdadeiro horror,é cometido por nós mesmos diariamente.
Fora os problemas de cunho histórico e de base educacional,ainda temos o abandono infantil,tão escancarado nas metrópoles,onde encontramos crianças as pencas fazendo malabares nos semáforos ,morando nas ruas entregues a sorte das drogas e da bandidagem.e achamos isso normal,banal,corriqueiro.
Isto definitivamente não é normal.
Em diversos estados a prostituição infantil corre solta e a pedofilia ,degradante e destrutiva,se faz excessivamente presente.
Tornamo-nos mais criminosos que os Nardoni ao fecharmos os olhos diante deste cenário.É incontestável a importância de dar punição devida aos assassinos de Isabela Nardoni,isso é óbvio.
Mas era de se esperar que fosse óbvio também, o papel da sociedade e dos meios de comunicação de cobrar governos e governantes, (ao invez de transformar uma desgraça familiar em circo) politicas mais eficientes de educação,moradia,alimentação e qualidade de vida para nossas crianças,de forma geral e abrangente,pois estas carecem muito mais de audiência da nossa parte,que somos de uma forma ou de outra,seus responsaveis.
Estamos DEFINITIVAMENTE doentes ...alienados e doentes.

domingo, 30 de maio de 2010

Discurso sobre a Inteligência Emocional e a Família

A familia é,atualmente,a melhor e mais sólida estrutura de vida em sociedade.O conceito da vida em familia teoricamente se origina com a vinda do Cristo à Terra.A constituição desse modo de vida ,tal como o concebemos na atualidade remonta ao evento citado.
José,Maria e Jesus formam,os três,a Sagrada Família.E nós seguimos então o exemplo sacro ,criando uma nova perspectiva humanística,que é a construção de uma base familiar.Pai,mãe,filhos e agregados,conceitos de lar .

No entanto,tal modelo vem sofrendo ao longo dos séculos um processo de transformação,de modernização.Diga-se de passagem e, contrariando com orgulho os pensamentos extremo-conservador e homofóbico,benéfico.Passamos a admitir outras formas de família,e em breve aceitaremos naturalmente e sem traumas a formação de famílias por pessoas de mesmo sexo,eles e seus filhos ,frutos da união.Tais vertentes da sociedade,outrora marginalizadas devido as suas opções,vem provando quê se existe amor,então tudo é possível.Parto do princípio,é claro,de que quem constrói uma família com sucesso é por quê naturalmente ama com melhor forma de amor o outro.

Chegamos ao ponto central da conversa :Amor

Possuímos uma necessidade imediata e urgente de debater esse assunto.Sem fugas de tema,sem truísmos e sem fazer uso de artifícios que servem apenas para atravancar o diálogo antes mesmo que ele desponte.
Do contrário,precisamos ser francos uns com os outros.

Particularmente,tenho a má impressão de que nós -a maioria de nós- esqueceu-se do significado de amar.Certamente influenciados pelo turbilhão de informações e apelos das mídias,bem como aturdidos pela revolução sexual ocorrida nas últimas décadas,deturpamos o verdadeiro sentido do sentimento-verbo mais importante que conhecemos.Tudo é altamente sexualizado hoje em dia.Há um apelo direto ou indireto à sexualidade em tudo,ou quase tudo que nos oferecem (ou empurram) como entretenimento e muitas vezes produto.Não é preciso exemplificar.Basta que você ligue a sua TV numa emissora qualquer (salvo raras exceções) que você verá ,em tempo real,a constatação de um fato.Mas vamos esclarecer uma coisa :Sou totalmente a favor da abertura da sexualidade,da quebra de tabus ,dogmas e preconceitos a cerca do tema.Está anos-luz distante do meu objetivo tentar "moralizar" feito uma "caxias" uma sociedade livre e que faz suas escolhas com todo direito de expressão.Seria impróprio da minha parte,e porque não dizer,uma imbecilidade se eu nadasse contra algo conquistado a duras penas ,especialmente por nós mulheres.O que me incomoda mesmo é apenas o excesso ,o abuso de apelos sexuais e mensagens subliminares ,a manipulação desenfreada ,irresponsável e desnecessária da mente humana , proveniente de diversas fontes.

Formulei uma hipótese (veja bem,uma HIPÓTESE) pessoal (repito : HIPÓTESE PESSOAL) de que passamos ,recentemente,a escolher nossos cônjuges usando um embasamento majoritariamente físico.Baseados mais no desejo do corpo mesmo.
O que temos chamado de "amor" e que muitas vezes não passa de simples atração física ou seja,aquilo que é o sentimento primário natural , está substituindo um tipo de análise benéfica e necessária do outro ,uma análise humana e filosófica do que a outra pessoa representa verdadeiramente para nós.Quero dizer,uma análise não puramente do outro,mas sobretudo de nós mesmos .

Atributos como o caráter,índole,temperamento,arquétipo ,manias,defeitos,virtudes,objetivos comuns e tantos outros ,tão importantes,estão simplesmente sendo colocados no segundo plano.Ignorados muitas vezes.Dando espaço somente ao que se pode tocar,e que o tempo costuma modificar implacavelmente.Oras,para que dar atenção a meros detalhes não é mesmo?

Deixa pra lá,vamos pular essa etapa.E muito difícil pensar,dialogar então...uma bobagem.Vamos cultuar o corpo,preferencialmente a parte que fica do pescoço para baixo,pois assim é fácil,esta ao alcance das mãos,é de fácil compreensão.

Pensando assim infelizmente,é que temos construido nossas famílias-grande parte de nós.Vez por outra um pouco menos ligados ao plano físico ,de forma menos radical em alguns casos,mas de qualquer maneira,temos cometido certos erros sim.

Nossa mente oprimida e saturada de informações e modismos,atropelada pelo sexismo que persiste em sobreviver e o sensualismo excessivo dos meios de comunicação ("sexismo é um desleixo do qual precisamos urgentemente nos despojar") num contexto coletivo,passa a executar falsas boas escolhas.Passamos a dar mais importância ao que o corpo deseja somente,negligenciando a nós mesmos,damos menos valor hoje ao nossas emoções não-sexuais,e também a própria razão. É possível ter lógica emocional.Não parece,pois fomos condicionados por séculos de escola romântica (no sentido literário e filosófico da palavra) a acreditar que não podemos lutar contra o que sentimos.Na verdade,eu digo que podemos pois sabemos o que nos faz mal.Basta ter auto conhecimento.E outra,muito do que julgamos sentir está bem longe de ser verdadeiro.É muitas vezes tão verdadeiro e dura tanto tempo quanto uma noite de embriaguez.Iludimo-nos com muita facilidade.

Obviamente,o resultado disso tudo é bem previsível.Casamentos que duram um tempo e depois esfacelam como castelo de areia,fatalmente desgastados.Diversas vezes,das duas uma: Ou por que acaba aquele conjunto de reações fisio-químicas que sabidamente caracteriza um estado de paixão,ou por que o outro ja não mais atende aos apelos dos padrões fisicos almejado pelo parceiro.Então,a família se divide.Triste né? Imagine para nossos filhos.Tenho observado uma constância nesse tipo de quadro.Mas acredito de forma otimista que ainda não deve ser geral.


A cada dia mais,acordo logo pensando ser necessária uma mudança nesse padrão auto-destrutivo que criamos e que nos torna tão infelizes e insatisfeitos.Uma guinada assim exigiria uma boa dose de boas fé e vontade ,a começar de si mesmo.É um novo tipo de amor,exposto aqui de forma idealizada , apenas um retrato pessoal do que eu acredito ser saudável.Chamo de amor inteligente.Amor racional.Não tenho intenção de impor este tipo de raciocínio a ninguém,é mais mesmo uma exposição do que eu concebo internamente como algo saudável. E quero pra mim,num futuro não muito distante.

Amar de forma inteligente consiste em olhar além do que os olhos físicos enxergam.Após o baque inicial da paixão e antes de tomar uma decisão que a principio é pra vida toda - a de unir-se a alguém - perguntar-se olhando para dentro de si mesmo,com toda sensibilidade e discernimento possíveis se a pessoa escolhida é de fato o que se quer.Além da cama afinal, a vida não se resume a uma cama.De posse de alguns dados,obtidos pelo convívio do namoro ,por exemplo,questionar se você estará disposto a perdoar pequenos deslizes,aturar no desfiar dos anos determinadas manias que todo mundo tem (isso é FATO!) ,se o conjunto de virtudes que compõem o outro lhe agrada,e também,imaginar-se daqui a uns anos (tipo,10,15...) ao lado daquela pessoa.É preciso ter uma pequena noção (já que a realidade é mutável) do tamanho e da natureza do próprio amor.
Seria forte o suficiente para suportar certos trancos que a convivência diária com certeza dará? As coisas mudam muito com o tempo.As pessoas vão ficando diferentes ,se casadas,costumam "mudar" juntas para bom ou ruim alias ,isto é uma coisa que poucos notam com alegria ou com total noção de realidade.Notamos sempre - que o OUTRO "mudou",pra pior ou melhor.


O que sabemos é que nem tudo são flores no casamento e que o outro vai acabar transparecendo aos nossos olhos ,apenas não usamos de forma correta essa informação.Escolhemos errado .

Acabamos mesmo no fim colocando as coisas na ordem inversa.Sexo é importante,importantíssimo.Mas continuo achando que é uma consequência do que somos capazes de sentir pelo outro.Não estou falando de quem é solteiro,isso já seria uma outra discussão,me refiro à vida a dois.

É preciso amar demais , aceitar e compreender a imperfeição daqueles que escolhemos para viver,antes de mais nada.E isso tem obrigatoriamente que ser recíproco.

Amor de fato,na minha concepção,é muitas coisas,mas antes de tudo é forte-resiste ao tempo
,é suave e constante- você o percebe todos os dias,nas pequenas coisas,é paciente- compreende que o outro é tão ser humano quanto você,e por isso o aceita e entende.É colorido,delicadamente colorido.

Já o tipo de amor meramente sensual é medíocre,a príncipio é tão agradável quanto um bom perfume,mas no mesmo exemplo,é fulgaz e etéreo,acaba perdendo sua intensidade e some,com o tempo.É necessário esse tipo de amor,desde que devidamente inserido no contexto do primeiro.

Voltando a primeira exposição- que se refere a família- encontrei aqui então uma boa conclusão para minha hipótese: A base da família,é mesmo o amor.E a base da sociedade contemporânea,é a família.
Com isto,acredito que deveríamos nos questionar mais frequentemente sobre nossos desejos e aspirações de adultos,a partir de uma análise dos fatos e do contexto social atual no qual estamos inseridos,nos perguntar se nossas mazelas ,infortúnios e insatisfações não seriam fruto e consequência direta das nossas próprias escolhas.Se escolhemos por impulso,escolhemos errado.E se escolhemos errado,criamos nossos próprios problemas de forma gratuita e desnecessária.Somos responsáveis por tudo que passamos.Certamente,a realidade não é perfeita,acidentes acontecem e somos seres mutáveis.
Porém,possuímos a péssima mania de culpar o outro por tudo de mal que nos aflige,quando na verdade,a culpa não é apenas de um.Isso é a falta de amor,também a falta de saber se colocar na posição do próximo.

Sei bem o significado da expressão "a vida não é um mar de rosas".Sim ,claro,não existe perfeição.Não há receita nem manual.Os caminhos a trilhar são diversos,porém todos eles apresentam intempéries e contratempos.Mas e daí?A vida não é assim mesmo,para todos?

Ainda assim,considerando as pedras do caminho,acredito que há mais o que se ganhar quando se abre mão de algumas coisinhas pequenas a favor de alguém,quando cedemos numa discussão por exemplo,ou quando temos que adaptar alguma vontade para não magoar o outro .Temos sempre a impressão de sair perdendo nessas situações,porém muitas vezes lucramos sem nos dar conta disso.Certas portas que fechamos abrem mais do que uma janela,abrem um horizonte.

Casais inteligentes não apenas enriquecem juntos materialmente,como diz o título do livro de Gustavo Cerbasi,mas também,evoluem uniformemente em todos os sentidos da existência humana,tornam-se fatalmente pessoas melhores ,pois aprendem a superar os obstáculos unidos,olham na maior parte das vezes na mesma direção,sonham juntos e realizam juntos.Mesmo que discordem eventualmente,acabam por descobrir o caminho da tolerância e da compreensão mútua.Criam filhos nesse bom exemplo,alimentando a sociedade de adultos equilibrados. Se respeitam acima de tudo.Respeito para mim é o terceiro pilar do "triângulo da felicidade " .Os outros são o amor e a amizade.E este triângulo é gerador de diversas virtudes que medeiam uma vida feliz.

Finalizando e resumindo a linha de pensamento que criei ao longo do tempo sobre o relacionamento humano ,acredito que podemos refinar nossas escolhas mediante o bom senso,proveniente da sensibilidade,do amor inteligente e do diálogo ,melhorando de forma indireta o modo como nos posicionamos na sociedade ,creio que seria possível a longo prazo até e, inclusive,melhorar consideravelmente nossos indices de criminalidade e violência,pois grande parte dessa problemática é oriunda da ausência de bases familiares bem estruturadas.Se o casamento não deu certo,não teve jeito de jeito algum,tudo bem,dá pra compreender em muitos casos,mas,de preferência,que passemos a olhar mais o que existe de bom verdadeiramente no outro, sem dar tanta atenção, como temos feito ,aos padrões que a era da sensualidade nos impõe.Fechar os olhos e os ouvidos para o que é industrial,midiático,artificial .

O que é bom e belo em essência, artista nenhum jamais conseguirá transformar em outdoor.

De fato,o melhor de cada um de nós, sacralizado intimamente, é o que resiste a passagem da areia na ampulheta .E é isso que devemos,ou pelo menos deveríamos,amar.

quarta-feira, 19 de maio de 2010

Considerações Importantes de Vida (e Morte)


"• EIS UM PEQUENO FATO •
Você vai morrer.

Com absoluta sinceridade, tento ser otimista a respeito de todo esse
assunto, embora a maioria das pessoas sinta-se impedida de acreditar em mim,
sejam quais forem meus protestos. Por favor, confie em mim. Decididamente, eu
sei ser animada, sei ser amável. Agradável. Afável. E esses são apenas os As. Só
não me peça para ser simpática. Simpatia não tem nada a ver comigo.

• REAÇÃO AO FATO SUPRACITADO •

Isso preocupa você?
Insisto — não tenha medo.
Sou tudo, menos injusta.
— É claro, uma apresentação.


-.-.-.-.-.-.-.-.-.-.-.-.-.-.-.-.-.-

Um começo.
Onde estão meus bons modos?

Eu poderia me apresentar apropriadamente, mas, na verdade, isso não é
necessário. Você me conhecerá o suficiente e bem depressa, dependendo de uma
gama diversificada de variáveis. Basta dizer que, em algum ponto do tempo, eu me
erguerei sobre você, com toda a cordialidade possível. Sua alma estará em meus
braços. Haverá uma cor pousada em meu ombro. E levarei você embora
gentilmente.

Nesse momento, você estará deitado(a). (Raras vezes encontro pessoas de
pé.) Estará solidificado(a) em seu corpo. Talvez haja uma descoberta; um grito
pingará pelo ar. O único som que ouvirei depois disso será minha própria
respiração, além do som do cheiro de meus passos.

A pergunta é: qual será a cor de tudo nesse momento em que eu chegar
para buscar você?
Que dirá o céu?

Pessoalmente, gosto do céu cor de chocolate. Chocolate escuro, bem
escuro. As pessoas dizem que ele condiz comigo. Mas procuro gostar de todas as
cores que vejo o espectro inteiro. Um bilhão de sabores, mais ou menos, nenhum
deles exatamente igual, e um céu para chupar devagarinho. Tira a contundência da tensão.Ajuda-me a relaxar."
Ass:Morte (isso é para os mais lesadinhos entenderem que é a narradora do texto ,rs)

Adoro este trecho do Livro "A menina que roubava livros" de Marcus Zusac

Link para os interessados:

http://www.labjor.unicamp.br/arquivos/ronye/menina.pdf

ÓTIMO LIVRO!

É quase uma entrevista com a dita cuja.
A celebridade mais conhecida do Universo.
Quer um autógrafo? Não tenha pressa, todos terão a sua vez.

Por quê isto agora senhorita blogueira??
Bom,andei lendo sobre o Gato de Scrödinger,e acredito que a inspiração para estas considerações surgiu daí.Aliás,muito boa leitura também.

Vamos ao que interessa (ou não o.O)

Morrer.Única certeza de um ser vivente e pensante.
Longe de querer aparentar ou dar a idéia de algo macabro,este texto tem por meta outros objetivos mais conscientes e mais realistas do que o padrão geral.Quer ele atentar para um fato pouco debatido pela espécie ,porém tão presente no cotidiano.Se você é religioso demais,ou sensivel demais,ou então,melodramático,eu desaconselho a leitura.

Penso que ,do alto da nossa medíocre inteligência,complicamos demais os temas mais simples e mais urgentes da vida .Tornamos demasiadamente difícil a compreensão e aceitação dos fenômenos mais óbvios .Um deles é a própria morte.A morte física.O despojamento do corpo material.

Não vejo,particularmente,nenhum mistério embutido na trasformação físico-química da matéria -sim,pois parto do príncipio que morrer não é senão uma transformação em diversos níveis do que se entende por corpo- de forma alguma eu pensaria que morrer é um contrasenso,como a maioria das pessoas considera inconscientemente .Para mim,tudo que é vivo e composto de matéria bruta,carne e osso,pelos,clorofila,ou seja lá o que for,há um dia de padecer.
São as leis da natureza.
Mas veja bem,o que se transforma é apenas a matéria.Espírito é eterno,uma vez que não é constituído por atomos ,não é perecível. Porém,não pretendo aqui entrar no mérito da questão,pois isto envolveria religião e este não é o foco principal,muito embora eu tenha escrito e pensado essas coisas estando profundamente influenciada por um embasamento Kardecista,que é o meu natural.

Por natureza típicamente humana,ou seja,falha , egoísta e materialista,acostumamo-nos a sentir uma imensa tristeza e um vazio incalculável quando da partida de um ente querido.Mas de que exatamente sentimos falta?De um corpo gasto,velho e usado que poderia inclusive estar causando sofrimento ao ente amado? De uma matéria bruta ,imperfeita e limitante ? Qual seria o mecanismo mental que nos impele a achar que a vida é tão pouco e que se resume a nascer num corpo e simplesmente desaparecer com ele ,quando este terminar sua vida útil ? Não sei.
Diante deste raciocínio ,pergunto-me se seria a morte assim tão ruim.Será mesmo que é tão feia e obscura como pintaram alguns grandes mestres das artes ?
Será?
Para mim, não.

E digo mais: Acredito que aceita-la e compreendê-la como um fato natural,não determinante do fim da existência e até desejável do ponto de vista biológico seja uma parte importante do caminho rumo a felicidade.Ô ,to falando sério.Muito sério!

Seríamos certamente mais sadios e equilibrados se finalmente percebessemos o sentido da natureza e claro,se juntamente a esta percepção somassemos a idéia de que vida e morte são apenas conceitos criados para facilitar a indicação de um estado meramente físico e não de um estado geral,do ponto de vista do Universo,do todo. Morrer é normal,oras.É preciso .
Já que vamos acabar enquanto corpo,que seja com consciência do que isto significa,que seja com tranquilidade.
Se der até,que seja com bom humor.


Afinal de contas...

" EIS UM PEQUENO FATO ->
Você vai morrer."

Um dia,é claro.XD




sexta-feira, 12 de fevereiro de 2010

Homenagem


Aqui fica registrada minha singela homenagem a grande pessoa que foi Zilda Arns.

Não chega nem a ser 0,001 % do que ela merece,mas é sincera.


Obrigada Zilda ,que Deus te abençoe e te proteja onde voce estiver.

Nada do que é feito em favor do próximo haverá de ser em vão.

No céu acendeu-se uma estrela ,uma estrela de paz e luz eterna.

Deus,infinitamente misericordioso, a tudo enxerga.Ele tudo vê e tudo sabe.

O que fazemos de bom na Terra ,por menor que nos pareça,surte efeitos grandiosos na vida que sucede a vida carnal,que é a verdadeira existência ,a verdadeira essencia do que somos.

Parabéns Zilda Arns,por sua jornada brilhante e valiosa em nosso meio terrestre.
Legitma guerreira,

fica em paz!